Ao sabor do vento

Tudo na vida é cíclico... tão fácil de entender que aprendemos na escola, logo nos primeiros anos.

Então, se aprendemos desde cedo como a vida “funciona” porque desaprendemos na medida em que ela caminha?!

Escrevo hoje para nos lembrar... reverberar na memória até que se torne lição de tabuada ou música repetitiva.

Ciclos são tempos compassados... um nascer, viver e morrer de qualquer modo.

Ah, agora você desiste da leitura, talvez pensando que devo ficar “rasa” demais...

Como ter leveza em lições que teimamos em esquecer? Tá bom, eu prometo tentar mais uma vez...

Ciclos são notas musicais nas canções do tempo...

Como o dia, as estações do ano, o trabalho, o dinheiro, as amizades e os amores...

Como o mês, as reuniões, as festas, os compromissos...

Como o ano, com início de promessas, meio de amor e fim de natal em meio a chuvas que, comerciais ou não, nos fazem ter a sensação de recomeço.

Mesmo que a vida seja esse começar e recomeçar, porque insistimos na dificuldade de enxergar isso?!

Apegados, nós tentamos segurar a sensação, o arrepio, as borboletas no estomago do início...

Estendemos, mais ou menos tempo, o processo de continuidade do corpo, do meio de transporte, de comunicação e das crenças...

Na ilusão de controle de que conseguiremos a garantia de um “para sempre”...

Não, queridos... a riqueza da vida está em se aceitar hoje...

Isso mesmo...agora, parado, enquanto lê essas minhas linhas...

Enquanto você está tentando segurar a vida...ela escorre a vertesse de si mesma.

E tentando e tentando, tenta não sofrer mas sofre... num ciclo sem fim.

Aproveite que a vida é cíclica... quebre e recomece.

Dê-se a chance de reverberar no que é bom, paz e bem.

Entenda que por mais estranha ou conturbada sua vida esteja no momento presente.... Isso vai passar... ops, já passou!

Não tente ter o corpo ou o rosto de x anos atrás....

Não tente ter a mente bloqueada...dizendo que pensa assim e pronto.

Liberte-se.… do antigo você, do que fizeram de você...

Libere-se.… do que quiseram ou esperaram de você...

Entregue-se ao sabor do vento da vida, numa melodia prazerosa do tempo...

Escolhendo com consciência e maturidade...

Vendo o fim, fechando algumas portas.... Se inteirando nos platôs... E se acolhendo nos recomeços...

Já fiz minha escolha.... Eu prefiro reaprender e aprender assim... uma lição que percebo ser simples.

É na simplicidade que se encontra a felicidade...

É no simples que você e sua essência habitam...

É ali nosso encontro com Deus...

Tenha bons ciclos!


Falar sobre ciclos é abordar tanto fins quanto recomeços.
Os filmes a seguir tem gêneros variados mas com a mesma condução à reflexão.

Aproveite a lista e divirta-se:

O Clube das desquitadas (1996);
Um lugar para recomeçar (2005);
Um divã para dois (2012);
O ciclo da vida (2015).


Como livro, eu indico O ciclo da vida humana, 2013, Ed. Artmed - Autores: Claudio Laks Eizrik e Ana Margareth S. Bassol.






Canções de liberdade

Dias atrás caminhando no parque, eu tive a percepção exata do quanto nos privamos e cerceamos uns aos outros.

Triste isso?! Sim...eu sei.

Quantas vezes você se pegou "felizão" na rua a cantar...
Estilo Zeca Baleiro, a levar flores às autoridades...

Engraçado agora mas se aprofundarmos a reflexão e discussão a respeito, nós podemos até finalizar na "bad".

Não é esse o caso e muito menos a intenção...
A ideia aqui é me fazer (e você, de quebra, caro leitor!) lembrar do quanto nos limitamos.

Medo do social...do julgamento que nos tora a alma.
Do riso alheio ou da falta de humanidade.

Ah, não dá pra bancar o reativo e dizer "Faço sim e faço mais...afinal, ninguém paga minhas contas!".
Fica feio e chato...julgamo-nos assim como os outros fazem.

Ser reativo é reagir negativamente... usando da legalidade do ato ou fato para "dar na cara" com uma resposta ríspida.

E como fazer isso?! Agora sim, você vai entender o início que se deu no parque...

Caminhando, eu tive momentaneamente a companhia de um velhinho que passou ao meu lado.

Num ritmo frenético, o bom caminhante tirou onda no fôlego de tal forma que ainda cantava.

Passou por mim, sorrindo deu bom dia e continuou sua música: Aqueles olhos verdes...

Linda canção das antigas que ele entoava no direito de ser livre.

Se fosse eu, por pura bobagem, teria parado de cantar.
Não que cante mal, mas por ter companhia desconhecida...

Sem reação ou passividade, melhor é ser feliz...Pensei, rindo de mim e da vida.

Como o velhinho que, captou a boa mensagem, o importante é viver simples.
Quer cantar, cante...
Quer dançar, dance...
Quer amar, ame...ainda que sozinho...a humanidade precisa disso tanto quanto eu e você.

Lá fora tem monstros de olhos sociais prontos a nos devorar...como os domamos?!

Cantando lindas canções que nos façam ser cada vez mais livres...

Uma liberdade sentida e responsável...

Para a paz e o bem...


Em tempos de sentir os pés no chão

Dia da criança...
Já comprou seu presente?
Sinto o vento de algumas respostas em minha direção:
Não, que absurdo...  Tenho mais de trinta anos...

Imagina, não tenho tempo para essas coisas...
Vixe, mal tive condições de comprar dos filhos ou sobrinhos...

Calmamente, eu respondo você, devolvendo ao vento (ou linhas digitais)...
Não, caro leitor, não é disso que estamos falando aqui.
Deixe de lado a idade cronológica... ou até a emocional.

Eu entendo, racionalmente, que não temos mais idade... que a vida nos trouxe imensas responsabilidades.
Mas você sabia que ainda temos nossas crianças?

Não falarei sobre o tratado psicológico disso ou daquilo... não é intenção e tão pouco tenho formação para tal.
Só quero que você aproveite esse feriadão para refletir e fazer algo diferente...
Vamos começar...está pronto?
Ah, antes de mais nada... Liberte-se dos rótulos.

Esqueça o cargo profissional, o estado civil, o plano de cargos e salários da instituição ou empresa na qual trabalha...
Esqueça se tem filhos ou se é filho...

Por um instante apenas, não se jugue e não tenha medo de ser julgado.
Se ainda não está pronto para esse exercício, tudo bem...eu te entendo.
Também já fui assim tantas vezes que continuo te acompanhando e acolhendo.
Também já fui tão presa em conceitos que nem eram meus...

E no meu ego, tão julgador que me puxava como se que fosse o cavalo da carroça.
Calma, não estou querendo brigas ou reações...
É só um tempo para reflexão...acolhimento...

Um tempo para você pensar sobre como tem vivido...
E se a criança interior, ainda que sofrendo de inanição, ainda palpita dentro de cada um de nós.

Ok, noutro momento quem sabe...sem julgamentos, ok?!
Já nos julgam, separam e classificam o tempo todo...
Esse espaço não é para isso.
Enfim, para mim e os demais que estão prontos...
Respiremos fundo...

Esqueçamos que o último brinquedo foi o carro que você comprou...
A bolsa, o vestido ou a maquiagem cara.
Esqueça os brinquedos atuais...

Lembre da praça, do parque da cidade em que você cresceu...
Lembre das músicas favoritas, dos amigos, das brincadeiras da rua...
Ah, morou em apartamento por toda a vida?

Lembre da escola, dos vizinhos, primos e da casa da avó.
Humm, consegue sentir o perfume do bolo? Pudim de leite?

Sorriso no rosto só de lembrar...
Nessa energia, faça algo bacana por você hoje...
Compre um doce gostoso na padaria... um picolé, sorvete.
Faça topete de shampoo quando for tomar banho...

Cante...dance... ritmos gostosos ou até o Despacito.
Não quer fazer nada disso?
Ok, tudo bem...

Veja uma foto sua de criança... e depois, se olhe no espelho.
Sorria, vocês estão juntos e aqui...
Permita-se apresentar para essa criança...
E deixá-la se afeiçoar a você...

Com o tempo vocês farão as pazes...
Vão dar muita risada, vão fazer dancinhas juntos.
Vão escolher filmes bobos para assistir comendo pipoca.

Vão ver a vida e as pessoas com a alma mais leve...
Vão deixar de carregar mochilas sociais tão pesadas...
Aos poucos, sua criança vai te convidar a fazer mais coisas...

A ir mais ao parque da cidade, ao clube...
A trabalhar e brigar menos...
A tomar banho demorado, escolher a roupa...

A fazer mais amizades...a estar mais aberto à vida.
Aos poucos você vai voltar a andar de pés no chão...
E vai redescobrir como é bom ser você mesmo.




Tá bom, eu confesso...amo desenhos animados e filmes infantis...
Assisto a todos...
Aqui vai uma seleção de clássicos (rs) e um documentário sobre a indústria do entretenimento infantil.

Toy Story (1995)
Sherek (2001)
Criança, a alma do negócio (2008)
Onde vivem os monstros (2009)


Luz e sombra: a vida é como fotografia

Tem dias que são assim...Quero tudo e nada.... Quero escrever sobre tudo...e sobre nada...

Sinto de tudo... E não sinto nada...

Achava que isso era da alma geminiana, ávida à comunicação e ao avesso.
Hoje entendo que a dualidade está no mundo, na vida... Além de mim...

Com isso, eu consigo me ver e rever na vida.
Minha luz e minha sombra.

A luz como virtudes ou qualidades...A sombra como os defeitos, os carmas...
Percebo que sou um misto de luz e sombra...e você, também, amigo leitor.

A luz permeia toda a superfície... limpa e por vezes, clara...a luz se integra em sete raios, com ou sem prisma.

A mesma luz que clareia caminhos...pode ofuscar a visão nas fases que atravessamos desertos.

E a sombra?! Coitada, carrega nela o peso de si mesma.

Complicada essa nossa mania de atribuir valor bom e ruim pra tudo...estranha mania de rotular e sentenciar a culpa a quem ou que possa atender...

O fato é que a sombra tem seu brilho.... Que seriam dos dias nublados?
Das tonalidades de cor cinza (confesso uma das minhas favoritas!).
Que seriam dos beduínos sem as sombras dos camelos?

Porque será que, em meio a tantas possibilidades, nos limitamos aos extremos?

Voltando a analogia das cores... uma gama interessante de cores...
Vermelho ganhou tons de brilhante, falu e até terra cotta.

Em todos os lugares...no cenário exterior e no interior...
Dentro de cada um de nós, cabe luz e sombra... um misto, lindo como numa fotografia.

Como dizem os sábios gurus orientais (agora traduzidos em mensagens de fanpages), qual terá maior destaque, quem ganhará essa batalha? 
Ah, você já sabe...aquele que mais você alimentar, certo?!

Já que é assim... prefiro acolher tudo o que é meu...
Com dores ou amores.
Com ansiedade ou paz.
Com paixão...isso mesmo, compaixão.

De mim primeiro...da minha luz e a da minha sombra que se transmutam e trocam uma com a outra.

Nessa dança de ausência e presença de luz...estou eu maravilhada com a vida...
Me descobrindo, integrando...
Me conectando mais e melhor comigo... e com as pessoas.

Dessa forma, vou me perdoando, acariciando e libertando...
Num espectro diferente do monocromático luz e sombra...

Onde e quando o olhar para dentro de mim se ilumina...
Apagando ou acendendo ainda mais... o que sou e o meu legado.

Para você, amigo leitor, desejo mudanças de primas...e uma boa convivência com sua luz e sombra.




Os filmes que trazem a mensagem de aceitação de si mesmo, normalmente, são aqueles que trabalham desenvolvimento pessoal, empatia e reciprocidade.
São temas associados e que, ligados, formam peças chaves para nossa reflexão e percepção de ações, sentimentos e necessidades de mudança.
Amei assistir (duas ou mais vezes) a esses que indico aqui.
Espero que apreciem:

De repente 30 (2004)
Em seu lugar (2005)
Comer, rezar e amar (2010)
O discurso do rei (2010)