Relatos das pedras
do caminho
Você já teve a tal “pedra nos rins”?
Amigo leitor se teve guarda na lembrança...
Mas é bom esquecer.
Se não, imagine uma dor lancinante...
Enfim, é um pleonasmo dos bons porque
é a dor mais dolorida que uma pessoa pode ter.
Até as mulheres, mães de parto, não
experimentaram tamanha sensação.
Traumas a parte, permita-me contar
que há duas semanas tive um episódio desses.
Foram dezesseis dias em prol de uma
bendita pedrinha que me percorreu trazendo todo desconforto e reflexão possível.
Sem hora pra doer, aquilo me fez
deixar de ter reservas até para as lágrimas.
Foram dias envoltos de remédios, chás
e longas estadias no banheiro... Na esperança de expelir a bendita.
Como a danada não saía, eu fui
obrigada a refazer uma via sacra... De consultas, duas internações e um
procedimento cirúrgico que deu errado.
Nisso, não reclamei e nem ousei dizer
nada...
Contei, comuniquei aos amigos e
parentes mais próximos, porém nada em tom vitimizante.
Não, não estou fazendo workshop para
“Madre Tereza”... Que Deus tenha a Santa de Calcutá!
Contudo, eu ando entendendo, depois
de anos estudando terapias holísticas (aplicadas ou não!), que meu corpo quis
se comunicar comigo...
E conseguiu me dando muitos recados
preciosos, veja alguns:
Valorize a ausência de dores, mesmo
que elas, normalmente vilãs, cumpram seu papel de nos avisar que algo não corre
bem.
Não desacate o acompanhante, ao
contrário, se você tem alguém que lhe acolhe em momentos como esse... Passe a
dor ou raiva que for, acolha-o também.
Respire, pense bem e medite... A dor
física tem no componente emocional, um alimento e aliado. Quando mais você
pensa e reclama, mais dolorido fica.
As outras lindas falas do meu corpo
foram relacionadas à brevidade e qualidade de vida...
Além dessas conexões interiores, a
experiência hospitalar e medicamentosa me permitiu encontrar figuras
maravilhosas.
Uma recepcionista delicada que
acolhia a todos que passava na ala de internação do pronto socorro.
Enfermeiras e técnicas de enfermagem
dedicadas que me lembraram dos queridos alunos os quais já formei.
Um médico caridoso que retirou o
bendito cateter infecionado antes do tempo, entendendo que entre o risco de
reprovação do convênio e o conforto do paciente, ele ficaria com a segunda
opção.
Foram olhos, cuidados e almas que me
ninaram como colo de mãe.
Situação que me deixou emocionada,
remexida e decidida a abraçar mais pessoas e mais de mim.
A cada entrada e saída do hospital,
remédio ou chá, eu pensava sobre ser mais eu e o que poderia melhorar em mim.
Não queria que essa vivência apenas
me tirasse à dor física...
Passar por isso me custou tanto que
deveria me deixar aprendizados... E como você pode ler, deixou!
Dessa forma, na última semana resolvi
rever meus projetos de mídias digitais e minhas maneiras de sair do casulo para
ganhar novos jardins.
Se sofrer dos rins, como dizem na
medicina holística, é padecer de medo... Prometo me despedir dele.
Tive muito dele em mim... Me tranquei
em conchas e casulos por muito tempo.
Eu me recebo como estou, acolho as
mulheres que já fui e vou caminhar mais...
Estou disposta a crescer, melhorar e
viver uma vida épica, como diz um mentor digital.
Finalmente entendi que tirei a pedra
de dentro de mim... E a outra, que bloqueava o caminho.
Vou seguir adiante... Recomendo o
mesmo.
Fé em Deus!
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