Acolhendo
um leão por dia
Amo ditos e ditados
populares.
A partir deles, algumas de
minhas reflexões cotidianas fluem...
Ontem à noite, após um dia
tenso de trabalho, a reflexão foi sobre “matar um leão por dia”.
Meu primeiro pensamento foi:
Coitado do leão, gente! Será que se a gente substituísse o felino por dragão
não daria mais certo?
Em seguida, logo me veio a
ideia de São Jorge e até time de futebol.
Balanço a cabeça e
sorrio...na intenção de alegrar o resto do dia.
Penso que esses leões podem
ser situações ou até mesmo pessoas que nos cercam.
No trabalho, um felino gestor
ou supervisor que extrapola o campo profissional, misturando as preferências e
a pessoalidade tanto no ambiente quanto nas tarefas.
Ou um colega que tem a
tendência a forçar a barra nas piadas ou na amizade, exigindo mais ou sendo
estranhamente invasivo.
Os reis da selva também
podem povoar a vida familiar ou afetiva, com companheiro(a) e filhos, pai, mãe,
irmãos e tios.
Para alguns grupos, as brincadeiras,
as festas ou encontros, por vezes, são verdadeiras caçadas... isso mesmo,
dependendo da situação e pessoa são eventos de caça nas quais podemos ser
confundidos com zebras ou búfalos.
Podemos citar ainda mais
leões do banco, cartão de crédito, hospital e planos de saúde.
Sem contar nos leões dos
impostos, trânsito, desajustes de segurança e até os felinos digitais das
savanas virtuais.
Sim, sim...os leões lá
fora são ferozes, capacitados à caçada, podendo ou não investir independente do
estado da presa.
No entanto, todos nós
temos e conhecemos outros leões, os internos, ainda mais selvagens.
Todos nós temos medos,
inseguranças, um quê de agressividade ou dor, tristeza, falsas expectativas...
Esses são leões
complicados pois não desistem com golpe de facão ou balas cravadas nas carnes.
Não há quem não os
carregue, sendo filhotes ou grandes líderes de alcateia.
Os que levo em mim,
atualmente, coabitam em paz.
Com o tempo fui aprendendo
a aplicar-lhes tranquilizantes.
Engraçado eu sei mas essa
é a graça da vida...aprender a lidar primeiro consigo.
Você deve ser perguntar: “Afinal,
como tranquilizá-los”?
A resposta não é tão
simples...até porque cada um com seus leões, né?!
Mas ainda que a tarefa nos
canse, segue a receita básica para qualquer felino: acolha-o.
Reconhecendo medos,
tristezas, dissabores, dificuldades sem a necessidade de se martirizar ou vitimizar
já é um ótimo começo.
Depois de reconhecer essa
emoção ou sentimento, deixe-a ir...passar por você, te preencher sem apego.
Passando você por esse
leão...e ele por você, as chances de conviverem bem são enormes.
Você sabe que ele existe
porém não vive sobre seu domínio.
Com o tempo, ele senta (e
até deita) dentro das suas cavernas interiores.
Com o tempo, você será
capaz de olhar-lhe nos olhos...e de ter longas conversas sobre seus progressos.
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